domingo, 30 de novembro de 2014

Pausa pra um papinho...

Pra se gerar uma criança é necessário uma mulher e pelo menos sete meses de espera... não dá pra gerar um bebê com sete mulheres em um único mês...

Já estou ficando viciado nesse troço, dormindo pouco, quando me dou conta estou dentro de lojas de marcenaria ou então na internet pesquisando o que comprar - muitas vezes intempestivamente (velame, motor, ferragens etc) e isso não é bom.

Kaká (minha esposa) já tá ficando chateada. Quando não é a poeira ou o cheiro da cola, é o barulho do compressor... 

Os amigos, nem ligam mais. Quando querem saber de mim se dirigem ao blog ou face book.

Enfim, preciso me disciplinar... não vou construir esse barco em menos de um ano, portanto, daqui pra frente sexta à noite é dia de happy hour; sábado meio dia é tempo de caldinho de feijão com uma cerveja geladinha com os amigos mais próximos (até às 13:00 hs); Sábado é dia de cuidar do jardim e das coisas da casa; domingo é dia dos netos e o resto da semana segue normal.

Falar é fácil, difícil é fazer... talvez por esse motivo 80% (ou mais) das pessoas que resolvem construir um barco, desistem antes do fim.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Colando a Seção 7...

Concluída a Seção 6...



Já são seis quase prontas, "quase" porque, após a colagem, farei um trabalho de pré-acabamento antes de montá-las no picadeiro.





A Seção 7 me pareceu mais complicada porque é mais esbelta e muito frágil, possui muitos acessórios, além do que precisará fazer uma emenda central.

Essa Seção possui dimensões bem maiores que a prancha de trabalho, por isso iniciei as colagens pelas partes menores de cada metade... É extremamente trabalhoso para uma única pessoa colar muitas partes pequenas ao mesmo tempo.


Mais um pedacinho aqui, outro ali... e haja paciência...




Vamo-que-vamo...



Concluindo a face de popa da Seção 7...



Iniciando a face de proa...











quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Mais um pouco sobre colagem...

Acho que durante essa construção ainda terei que falar bastante sobre colagens, afinal é difícil acreditar que um barquinho de madeira, com quase oito metros de comprimento, por quase três metros de largura, que não tenha que levar um prego sequer, consiga ficar inteiro com o passar dos tempos. Detalhe importante: Dentro d´água.

Teste de resistência...

Assim sendo, tenho feito, constantemente, testes de resistências das colagens e, a seguir, apresentarei o resultado de um desses testes. Antes porém quero registrar duas coisas:

a) A madeira parece que se transforma em outra, após a colagem. Antes parece frágil, depois sente-se a rigidez e a dificuldade em contá-la;

b) Tudo que tenho registrado é fruto das experiências que tenho vivido... nunca havia trabalhado com esses materiais, não preparei pose para fotos, não preparei nada de anormal para registrar tudo que estou registrando. O teste a seguir foi realizado com as mesmas madeiras que estou construindo e a cola utilizada nesta prova é o que restou de uma laminação - fiz além da conta para registrar a prova.

Vamos lá...

Cortei dois pedaços de cedro: um com 40 cm e o outro com aproximadamente 50 cm. A intenção era realmente tamanhos diferentes para forçar a quebra. Preciso saber se após o rompimento, por esforço mecânico, a cola se romperá ou a madeira... se for a madeira, estará tudo dentro do previsto.


Lixei as partes, soprei e passei a cola em ambas as partes e aguardei alguns instantes para que a cola impregnasse na madeira...

Feito isso, juntei as duas e fixei com grampos... tal e qual faço com as peças que estou construindo...



Aguardarei 24 horas para fazer os testes de esforços e vamos ver o que acontece...

Enquanto isso, na bat caverna...

Consumo (da cola)...

Nesta fase da construção, a perda tem sido alta - por volta de 30% - nem tanto pela cola, mas pelo ambiente e o tamanho das peças que estou colando.

Como são peças pequenas, que precisam ser fixadas e aguardar a secagem para colar outra peça - como já frisei, só tenho uma bancada de produção - isso faz com que as quantidades de cola que estão sendo preparadas sejam acima do necessário. Quase nunca a quantidade preparada foi exatamente a utilizada e quando isso ocorreu ficou a sensação de foi poca cola, por isso sempre faço um pouco mais, o que gera a perda.

Enfim, são feitas muitas pequenas partes, o que gera muitas perdas.

Limpeza...

Todo ferramental e/ou acessórios que são utilizados durante a colagem são lavados com água e ficam muito limpos - não tem havido necessidade de utilização de solventes a base de petróleo - só uso água pra lavar.

Para isso, assim que os utilizo, ainda com a cola mole, coloco-os dentro de um balde de água e deixo lá por uma hora. Depois é só passar uma bucha com detergente líquido e pronto! Tá limpo.

A única exceção são os grampos, que tem que ficar junto com as peças até a secagem final... Nestes casos utilizei um pouco de solvente e ficou uma merda. A tinta dos grampos saiu, foi uma lambança. No próximo sábado pedirei ao Mi (meu jardineiro, fiel escudeiro) pra lavar com água... pra ver como vai ficar. Postarei o resultado a seguir.

Horários...

Tenho feito colagens durante a manhã, logo cedo, muito raramente faço algum tipo de colagem a partir das 18:00 hs - ainda assim quando é algo pequeno que precise ser feito pra liberar serviços na manhã seguinte. Tenho agido desta forma para evitar a umidade noturna... nossa região produz muito orvalho durante a madrugada.

Voltando ao teste de resistência...

Esqueci de remover o excesso de cola, quando fui tirar os grampos pra levar pra uma prensa hidráulica, mesmo antes das 24 horas, vejam o que aconteceu...






Só soltou da chapa quando lascou a madeira, a cola ficou intacta.

Dá pra notar que foram uns poucos pingos do excesso de cola.

Não serviu pra fazer o teste, mas já deu pra ver que a coisa tá funfando legal. Vou ser mais cuidadoso no próximo teste.








quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Colando a Seção 6...

Essa seção, tal qual a 5, também tem alguns detalhes que precisam ser observados durante a colagem, pelo seu corte ser dividido em duas partes, requer um pouco mais de atenção.


Esta foto é propriedade de ROBERTO BARROS YATCH DESIGN


Fiz um gabarito, fixei as partes e iniciei a colagem...








Minha previsão era iniciar dezembro montando o picadeiro mas já vi que não vai dar pra cumprir essa meta. Levei quase quatro dias trabalhando na Seção 5, se persistir assim...

Laminando a vau do convés na Seção 6...


A peça estava um pouco empenada, normal que isso ocorra, porém entendo que este é o momento de tentar trazê-la pra a retidão - duranta a laminação...



Como eu disse antes, estou utilizando fitas adesivas, grossas, pra isolar partes que serão coladas posteriormente...






segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Laminando as vaus da Seção 5...

Essa seção é um pouco trabalhosa... muito mais pela minha estrutura precária do que pela complexidade da peça. Se eu tivesse duas ilhas de produção o trabalho andaria em ritmo exponencial...













domingo, 23 de novembro de 2014

Abordando sobre colagem

Preciso fazer algumas considerações sobre o processo de colagem.

Já comentei aqui que antes de iniciar essa empreitada não tinha experiência alguma em colagem - salvo aquelas colagens escolares - evidente que passados alguns dias as coisas começam a se encaixar e é o momento de expor minha experiência, até essa data...

Utilize os equipamentos de segurança: máscara, luvas e óculos. As vezes a paciência esgota e só coloco a luva - sem elas não dá pra trabalhar.

Estou utilizando, na maior parte do tempo, ferramentas pneumáticas e/ou ferramentas elétrica sem fio. São mais leves e qualquer ratada o prejuízo é bem menor, inclusive o risco de perder um dedo.

Para lixar, antes da colagem, utilizo lixas P-40 (gramatura 40), são lixas grossas...



Lixo as superfícies a serem coladas...



Sopro pra tirar toda poeira...


Coloco as partes de cola (1 : 1 em volume) e misturo até ficar bem homogênea, fica uma coloração esbranquiçada...





A seguir aplico em AMBAS as partes...



Com o tempo observei que não adianta colocar muita cola... isso não adianta porque quando se colocam aos grampos a cola é expelida pra fora - desperdiçando o excesso. O ideal é que seja em quantidade suficiente para impregnar as duas superfícies.

Após a aplicação nas partes, aguarde alguns instantes até que você observe que a cola foi absorvida pela madeira. Feito isso junte as duas partes e fixe com os grampos - não precisa apertar muito.


Após umas 6 horas já dá pra manusear um pouco com a peça...

Planejando a fixação com grampos...

Já vi por aí um monte de bancadas bastante profissionais para fixação das peças durante a laminação. Como não disponho dessa estrutura toda e boa parte das ferramentas são improvisadas, cabe dispensar um tempinho, antes da colagem, planejando como disponibilizar os grampos.

As vaus são muito simples, mas existem acessórios que são colados no centro das seções e nem sempre os grampos conseguem chegar lá adequadamente... neste cabo vale a pena planejar, escolher o melhor processo de fixação antes de colar - o tempo de manuseio da cola é curto.

Arrumei os acessórios e as peças de fixação como achei que seria a melhor posição, abri os grampos na medida correta...




Passei a cola e fixei...





Fazendo assim dá pra fazer sozinho...