segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Mão na massa, novamente...

A parada foi longa, mas necessária.

Choveu muito por aqui e o maior problema nem era a chuva que caía, afinal o barco está coberto, era a umidade.

Por outro lado a grana também ficou escassa e foi preciso fazer esse pit stop pra reabastecer os bolsos.

Paradas muito longas desestimulam... me conhecendo do jeito que me conheço, se não reiniciasse agora, iria parar definitivamente. Talvez seja por isso que muitos desistem - por conta de paradas longas.

Um pequeno resumo do que aconteceu durante essa paralisação (5 meses sem vento).

Comecei a ficar imaginando como seria fazer a movelaria do barco, nunca havia feito nada parecido - já comentei sobre isso em posts anteriores - mas é nítida a percepção de que não posso contratar alguém pra fazer os móveis em uma bancada (out door) e montar no barco... tudo terá que ser feito in door e o marceneiro terá que ser em regime de dedicação exclusiva, ou seja: sem a menor possibilidade. Até porque a coisa ficará mais saborosa se eu fizer tudo sozinho, como ficou combinado (comigo mesmo) no início desta empreitada.

Não me restou alternativa, tive que aprender a fazer, fazendo. Parece coisa muito simples, mas não é. Fazer bem feito não é algo que se consegue vendo no Youtube ou no Google, já ouviram o ditado: O hábito faz o Monge? Pois é, pra fazer bem feito tem que aprender com quem sabe e fazendo muito, errando muito, sendo muito crítico de si mesmo. Não foi uma nem duas vezes que me achei o marceneiro perfeito - no dia seguinte vinha a decepção junto com uma vontade imensa de aprender. Hoje estou bom? Certamente que não, mas estou muito melhor do que quando comecei e estarei melhor ainda quando chegar o momento de botar a mão na massa, quer dizer na movelaria.

Fui fazendo uma coisinha aqui, outra ali, tive que ir investindo em maquinas específicas que me estimularam a fazer o serviço mais apurado e quando me dei conta já tinha feito um monte coisas bacanas e ainda tinha um hotel pra montar, dois apartamentos e a movelaria de uma empresa de um amigo... tudo isso no meio dessa crise que estamos passando... no momento em que escrevo este post estou até a tampa de compromissos e sem ninguém pra me ajudar - tive que dispensar meu fiel escudeiro Mi - sem ajuda, ganha-se muito trabalho mas não ganha-se muito dinheiro, alguém já disse por aí que o desenvolvimento vem com o crescimento do nível de emprego - verdade absoluta.

Montei um blog com os trabalhos que venho fazendo - lá estão os que já estão efetivamente prontos e entregues - http://jovitomelo.wix.com/coisasdemadeira.

Enfim, quando me dei conta já tinha investido um monte de grana em máquinas e equipamentos, tava fazendo o que gostava, promovendo satisfação pra um monte de gente mas meu barco estava parado e o cansaço é absurdamente grande - tinha dias que eu mal conseguia esticar as pernas de tão dolorido que estava. Aqui veio a reflexão de que se não desse atenção ao meu barco iria parar definitivamente, abrir uma empresa e montar uma movelaria, mandando pro espaço meus sonhos.

Esse blog tem por finalidade registrar tudo que me ocorreu e que, de alguma forma, possa ajudar outros, com base nas minhas experiências, embora entenda que cada um tem sua forma exclusiva de fazer e pensar.

Quais os passos iniciais?

1. Mudança da coberta. 

As tendas se mostraram muito eficientes até aqui mas tornaram-se pouco úteis, veja.

Quando iniciei a construção não sabia bater o martelo num prego, então comprar as tendas foi, antes de tudo, a forma mais rápida e barata de iniciar. Hoje, sei fazer, comprei as tendas por R$ 1.800,00 (cada, comprei 4 mas só utilizei 3 - R$ 5.400,00) um amigo me propôs a compra das 4 por R$ R$ 5.500,00, gastei R$ R$ 1.500,00 em madeiras e telhas de fibro-cimento e refiz toda coberta com mais espaço, mais altura, mais ventilação e o que é melhor mais adequado a uma marcenaria quando terminar a construção - se é que isso vai acontecer.

Mudança de conceito: Se lá atrás achei que a tenda era o supra sumo, agora preciso dizer que se você não precisar gastar com mão de obra, talvez seja mais interessante fazer seu próprio galpão. A tenda ainda tem suas vantagens - poderão ser reutilizadas e comercializadas mais facilmente.






Agora tenho mais volume onde trabalhar, refiz a instalação elétrica - que nas tendas estava complicado.

Terei que investir mais uma grana, talvez uns R$ 500,00, pra uma solução que proteja das chuvas em época de ventos fortes (chuvas de vento, como se diz por aqui).

2. Aquisição do material.

Antes do final do mês de novembro/2015 irei a Valença(BA) comprar o material para a laminação do casco.

O próximo post será dedicado às máquinas e equipamentos adquiridos (alguns serão entregues no final do mês de dezembro/2015) e a reformulação dos espaços para os trabalhos - a garagem que cabia uns 10 carros, agora só cabe um.

Vamo-que-vamo.





quarta-feira, 24 de junho de 2015

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Resumo (Parte I)

Paradão por aqui. O tempo não anda bom, chove com frequência, a grana tá curta, o medo de gastar e ficar sem reservas... enfim, paciência e canja de galinha não fazem mal a ninguém.

Acho que cheguei ao meio da construção... a estrutura está pronta, faltando a laminação.

Há coisa de 6 meses comecei a fazer o registro dos fatos mais marcantes desta obra e acho que é o momento de publicá-los. Cabe frisar que as impressões aqui colocadas poderão ser modificadas a partir do segundo estágio desta empreitada. 

Vejamos.

Isso se tornou um vício pra mim, acordo às 04:30 e fico aguardando chegar o sol pra começar a mexer no barco. Durmo pensando em soluções. É bom ou ruim? Enquanto tem o que fazer é bom... quando falta, dá vontade de subir pelas paredes.

Amador...

Amador aqui é aquele que exerce a atividade por prazer e não por profissão... pejorativamente pode-se dizer que o amador é o sujeito que é inexperiente. Seja lá qual for a conotação que se queira dar a esse tipo de empreitada posso afirmar que é preciso requisitos mínimos de habilidades em algumas áreas...

Venho, vez por outra, afirmando que meus conhecimentos no momento inicial eram muito precários, não quer dizer que antes não tivesse utilizado uma furadeira, uma lixa, uma grosa, etc... assim, meu conselho é que antes de começar a botar a mão na massa deve-se treinar com as ferramentas, ler o roteiro de construção, entender uma prancha com o desenho da peça. Não comece zerado!

Tudo que tenho publicado representa minha experiência pessoal, aquilo que estou fazendo, necessariamente não é a melhor prática nem o estrito correto.

O Mi...

O Mi(35 anos) (cujo nome é Isomi Antônio da Silva) meu jardineiro - aqui sempre citado como meu fiel escudeiro - é uma figura muito simples, trabalha comigo há algum tempo e nunca almoçou, tomou café ou jantou aqui em casa, não por falta de convite. Chega às 08:00, 12:00 vai buscar a filha na escola (na garupa da bicicleta), às 14:00 retorna e sai às 18:00. É quem houve minhas broncas, tudo de errado que ocorre eu sempre coloco a culpa nele que ri e nunca diz que estou errado. Mas nem tudo são flores - me faz muita raiva.

O Mi daqui, como muitos Mis que existem por aí, tem uma capacidade de raciocínio bastante limitada, não é preguiçoso, é honesto, mas não dá pra exigir "o algo mais". Não adianta insistir, não conseguirei. Tomem o seguinte exemplo: Ele só chama espátula de "espauta"... eu ensino, digo, explico pra que serve, porque um tamanho é melhor do que o outro pra fazer certas tarefas, passo o dia todo repetindo espátula, espátula, espátula, espátula, espátula... no final do dia o máximo que ele consegue dizer é "espautula" e no dia seguinte só sai "espauta", depois de muito riso... de segunda a sábado, todos os dias é a mesma ladainha. Sei que ele não vai aprender nunca, mas não custa tentar - talvez no dia do meu enterro ele se lembre da espátula.

Faço esse registro porque, apesar dos pesares, fazer um trabalho desses sem um fiel escudeiro por perto é MMMUUUIIIITTTTOOOO difícil. 

O Planejamento...

Certo é que nem todos que constroem um barco residem apenas no eixo Sul/Sudeste do Brasil, muita gente aqui no Nordeste/Norte também constrói e para estes as dificuldades são imensas... talvez esse blog ajude muito mais quem anda por essas bandas do que pelas bandas de lá.

Certo também é que boa parte (quase totalidade) da produção de acervo técnico vem do Sudeste/Sul.

Enfim, o planejamento é algo muito importante... ficar sem material ou ter que comprar algo mais caro por falta de planejamento é frustante e desestimulador. Houve momentos que tive que desviar minha atenção da construção a tal ponto que pensei que não retornaria e o que me fez voltar foi saber que todo o investimento feito até aqui não vale absolutamente NADA, se não for completado. Quando vejo pessoas vendendo construções inacabadas (de veleiros) sei que ali o prejuízo financeiro é enorme - não adianta achar que tá sendo roubado porque você sabe que tá vendendo algo que gerou sacrifícios - sacrifício não tem valor comercial algum - e quem compra está ciente de que está comprando NADA PELA METADE.

O Projeto...

A coisas têm ocorrido sem grandes dificuldades... uma dúvida aqui, outra ali e o Luis Gouveia tem respondido dentro de prazos satisfatórios (48 horas em média), quando o tempo de resposta é grande ou não há respostas, acredito que que seja pela dificuldade de comunicação por parte dele - que neste momento ele está vivendo embarcado na Austrália, penso eu.

As maiores dificuldades encontradas foram:

a) Chanfro nos vaus para colagem dos costados;
b) Chanfro/definição na parte de encontro do casco/costado/roda de proa... a coisa tem que ser definida meio que empiricamente.

A versão que adquiri (26/04/2014) continha erros de projeto e/ou projetos faltando algum tipo de detalhamento. Eté esta etapa o erro mas grosseiro foi o da fixação do estai de proa (comentei no post Capa da Roda de Proa). Nada que comprometesse... como o próprio Cabinho sitou: "Oi Jovito. Eu trabalho tentando melhorar tudo que fazemos o tempo todo. Esse foi um aperfeiçoamento que fizemos depois do projeto ficar pronto. Seu fuzil está superdimensionado, e é para ficar lá a vida toda. Essa foi a ideia original.  Em caso de uma colisão com outro barco, ou outro tipo de acidente que afete o fuzil, aí será mais difícil a substituição. ". Cito esse trecho só para deixar claro que é preciso que estejamos conferindo tudo o que fazemos - SEMPRE.

O Picadeiro...

O meu picadeiro ficou fixo e não me arrependo, os motivos já expliquei no post apropriado, a única ressalva é com relação aos caibros de sustentação das anteparas - acho que fiz finos - 3 X 3. Não tive nenhum problema até aqui, mas sinto que o danado balança quando subo no casco. Nos momentos iniciais da construção não dava qualquer impressão de que ficaria inseguro mas cada peça que é agregada o coração bate mais descompassado.

Meus cálculos: O conjunto hoje deve estar pesando uns 1.500kg, são 20 caibros, cada um deve estar sustentando uns 75kg... tá no limite.

O meu picadeiro foi construído sobre tendas, essa solução foi muito prática, talvez melhor do que se estivesse dentro de 4 paredes... motivo? É muito mais fácil manter o ambiente limpo e a poeira/pó se dissipa com muito mais do que se ambiente fosse fechado... só por isso.

O ambiente onde trabalho está sempre muito limpo, nisso o Mi capricha, se não fosse assim a dona da pensão (Kaká, minha esposa) já tinha me mandado pastar... literalmente.

Ferramentas...

Meu ferramental está super dimensionado para esta empreitada e o motivo principal é que sou viciado em ferramentas. 

Sem esse ferramental as coisas não seriam tranquilas mas preciso registrar que algumas são indispensáveis:

a) Serra tico-tico manual sem fio;
b) Parafusadeira manual sem fio;
c) Lixadeira profissional;
d) Furadeira manual (hobby);
e) Serra manual;
f) Régua de alumínio de 2 m;
g) Régua de plástico maior que 50 cm;
h) Régua de alumínio, com bolhas de nível, de 1 m ou pouco maior.

Comprei os vaus e escoas já cortadas (4X4 e 2X2) o que foi um grande erro - perdi mais de 50%. O certo é comprar as tábuas e cortar no momento da utilização e pra isso é necessário uma serra de bancada.

Possuo muitas ferramentas pneumáticas e essas duas também são indispensável:

a) Lixadeira orbital;
b) Bico de ar.

Algumas são muito importantes mas até aqui usei pouco, poderia ter alugado...

a) Plaina elétrica (chanfros);
b) Tupia manual (caixas das quilhas);

Tem também aquelas coisas que não pode-se pensar em faltar: lápis, espátulas (espauta, segundo o Mi), régua, trena, formão, martelo, parafusos de rosca soberba (40 X 4, 50 X 4, 25 X 4 e 50 X 5), prumo de centro, pregos, sabão, esponjas de aço, esponjas comum, lixas (50, 60 e 180 são fundamentais, pode comprar de quilo) etc etc etc. A lista é grande.

Resina...

Nunca havia trabalhado com resinas e isso me deixou com receio de errar, mas o certo é que quando a gente não tem conhecimento em alguma coisa começamos a super dimensionar nas dosagens.

Pedi muita ajuda ao Anderson da Guanabara Epóxi, que sempre foi atencioso. Toda resina que utilizei nessa construção foi adquirida através dele (RL 5000 e RL 5005). Cheguei até a comprar em mais dois fornecedores pequenas quantidades para testes e a qualidade das RLs foram, sem dúvida, muito superiores.

Durante o processo de dosagem da resina e do endurecedor é preciso ter muita atenção... joguei alguma resina fora por conta de dúvidas.

A sujeira é enorme... mela muito... tenho um estoque de camisas e bermudas que não vão nem mais para o guarda roupas.

Fazer a massa, misturar com aglutinantes, é coisa pra profissa... evito fazê-las ao máximo. Já pedi ajuda a muita gente mas o resultado que obtenho nunca é igual ao que me informam. O melhor que consegui foi com o talco industrial, na proporção de 100 ml de resina para 3 1/2 colheres de sopa (cheias) de talco... ficou grossa mas a consistência nunca foi igual a margarina, como muitos dizem que fica.

Se fosse continuar construindo barcos, depois desse, iria estudar a coisa mais seriamente... não me conformo em não saber o "porque".

Equipamentos de Segurança...

Não dá pra trabalhar sem os óculos e uma máscara. Luva quase não usei, não encontrava no tamanho ideal o que prejudicava o trabalho. 

O Epóxi é tóxico e o meu contato é apenas nos respingos, nunca meti a mão direto da resina, mas sempre lavo-as com muita água e sabão... o certo porém é que a noite sinto que as mãos ficam um pouco dormentes, talvez seja impressão... sei lá, só sei que sinto dormência. 

Fixação...

Comprei muitos grampos tipo "C" e grampos rápidos. Os tamanhos mais adequados são os de 4 a 6 polegadas, mas comprei muitos de 3 polegadas e 2 de 10 polegadas (utilizados na roda de proa).

Para fixação também confeccionei umas 10 longarinas de madeira dura (massaranduba e jatobá) com 1,0 m de comprimento por 6 cm de largura. Confeccionei uma 10 longarinas de liptus 5 cm X 5 cm por 3 m de comprimento para fixação dos costados e casco.

Porém, dentre tudo, a utilização dos parafusos com arruelas de ferro se mostrou extremamente eficiente... é certo que ao final tive que fazer um trabalho de tratamento com resina nos furos deixados por essa técnica - nada muito complicado, apenas a quantidade é que foi grande, perdi uns quatro dias trabalhando nisso, mas valeu o sacrifício.

Colagem...

Quando feita em bancada ou na horizontal é muito tranquilo, na vertical o desperdício é enorme. As escoas e os fechamentos dos costados têm momentos em que a paciência vai pro espaço... até o cabelo fica grudado e só sai aos tufos.

Laminação...

Estou muito inclinado em contratar um pessoal "experiente" - em epóxi não vou encontrar ninguém por aqui, o pessoal está acostumado com resina poliester - eu e Mi não daremos conta. Vou fazer uma cotação pra poder decidir.

As Ferragens Especiais...

Deixei pra me preocupar com as ferragens muito tarde e, por conta disso, fiquei algum tempo sem ter o que fazer.

O início da construção certamente não é o momento mais adequado, uma vez que o desembolso financeiro é relativamente grande (madeira, maquinário, estrutura, etc) mas decorridos os seis primeiros meses o sufoco inicial já passou e aí sim talvez seja a hora de começar a trabalhar esse ponto.







quarta-feira, 6 de maio de 2015

Ferragens...

Contratei a confecção das ferragens especiais.

Adriano Meira confeccionará as peças, com previsão de entrega para 6 meses, exceto as ferragens dos lemes que deverão estar prontas em 60 dias... Foi feito o fusil do estay de proa e a qualidade superou minhas expectativas.

Eis cópia do email com o contato do Adriano Meira. 

Date: Tue, 5 May 2015 08:56:30 -0300
From: aormeira@uol.com.br
To: jovitomelo@hotmail.com
Subject: Re: Ferragens - Dúvidas?

Olá Jovito,

Bom dia.

....................................

Segue abaixo o preço das demais ferragens, a ferragem do leme ficou cara, mas o material para ela é caro e estou considerando todas as peças inclusive os parafusos, rótulas.....
Lembrando que o preço é unitário do conjunto, ou seja, para o leme que são um lado esquerdo e um lado direito o preço é total para os dois lados, já as demais que não sei se são mais de uma peça eu considerei uma peça cada.

DESCRIÇÃOQTDUNITÁRIO
Cana do Leme11.600,00
Leme14.860,00
Rolete Ancora1425,00
Fusil Estai Reac. Bobstay1545,00
Bobstay roda de proa1350,00
Fusil Estai Força1280,00
Fusil Estai Topo/Intermediário1410,00
















8.470,00 

Um abraço,

Adriano.



Agora é aguardar, um perrengue a menos pra me preocupar... 

terça-feira, 28 de abril de 2015

Capa da Roda de Proa...

Recebi o fuzil do estai de proa, presente do meu irmão Pablo...



Darei um acabamento (polimento) no momento oportuno.

Montei e iniciei a colagem...





Fiz o recorte na roda de proa...



Agora me deparei com um dilema.

Pelo projeto, o fuzil deve ser fixado com parafusos de rosca soberba e deve-se deixar a cava dos respectivos parafusos na capa da roda de proa. 

Essas cavas facilitarão uma futura troca - por sinal inevitável, uma vez que nada dura para sempre, existe a fadiga do material - deste fuzil. Porém, esse processo me parece muito fácil de ser executado no projeto, na prática isso será muito complicado para ser feito... ainda mais se este barco for vendido e o futuro comprador tiver que fazer essa troca.

Vejam os desenhos abaixo.



Ambos deveriam representar a mesma seção (mas não é), sendo o superior apresentado na prancha denominada "S11 - PROA" e o inferior apresentado na prancha denominada "S9 - FERRAGENS ESPECIAIS". Como a confecção da peça foi feita seguindo os dados da prancha inferior (S9), pode-se observar que os 3 primeiros parafusos de fixação do fuzil ficam por dentro do gurupés e sua troca implicará no desmonte deste. 

Pensei bastante, analisei as possibilidades e entendi que é mais racional deixar esse fuzil fixo, uma possível troca futura implicará em desmanchar muita coisa, independentemente de manter a originalidade do projeto ou não.

Como não tenho condição de efetuar uma boa fixação se a capa de proa for colada inteiriça, farei a colagem na roda de proa por partes. Iniciando pelas duas chapas de 10 mm mais largas.

1a. camada...


2a. camada...


3a. camada...


Tratei os furos deixados pelos parafusos de fixação exatamente da mesma forma que os demais furos e fiz um acabamento com a massa epóxi (resina+talco industrial)...


Concluído o shape verifiquei que a peça não ficou aprumada...



Constatei uma diferença de 1 cm e vou cortar... a face também ficou um pouco desviada para BB que será corrigida no acerto do prumo... Fiz essas conferências porque sabia, desde o momento da montagem da roda de proa, que haveria algo a ser ajustado - impossível montar-se umas peças dessas (roda + capa), sem muitas referências, e dar tudo certo.

Problemas corrigidos, ficou perfeito...


Aproveitei de impregnei com resina...



Perfeito...


Nota explicativa:

Após a confecção da peça, enviei email para o Cabinho que me informou que esta planta (S9) sofreria uma revisão e que eu considerasse como correta a prancha S11. Enfim, no momento em que estive trabalhando considerei como correta a prancha S9 que era a que continha as medidas do fuzil.

Cabe sempre a observação de que tudo tem que ser conferido constantemente.









terça-feira, 21 de abril de 2015

Algo mais sobre a Popa...

Já havia mencionado em post anterior que tinha dúvidas de como seria o corte do costado na região da popa.

O projeto é assim, bem inclinado, quase 45 graus...


Mas barcos com proas e popas lançadas não me encantam, talvez por isso tenha escolhido o POP25 para construir.

Pois bem, fui deixando pro final, deixando... deixando... ainda não estou decidido em manter a originalidade mas não tenho mais tempo, resolvi dar uma pequena inclinada e ficou assim...



Num barco pequeno, como é o POP-25, essas áreas precisam ser muito valorizadas porque é aí que a gente vai passar a maior parte do tempo... Minha ideia é criar um pequeno compartimento, nestas laterias, onde possa acoplar uma ducha para banhos e porta-varas de pesca... coisa pequena, mas funcional. 


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Tratando dos furos

O sistema de fixação com parafusos e arruelas deixa furinhos (2 a 3 mm de diâmetro) após retirados.


Não sei se há necessidade ou não mas farei um tratamento nesses furos antes da laminação. Se fossem 10 ou 20 não perderia meu tempo mas, pra se ter uma ideia, só no painel de BB são mais de 500 (quinhentos) portanto - mãos a obra.

Removerei o pó que acumulou dentro deles, deixarei bem limpos e colocarei resina para impregnação.

Utilizei uma chave philips bem pequena pra remover o pó.



A seguir soprei com o bico de ar.


Assim que todos estiverem limpos colocarei uma gotinha de resina em cada um... um trabalho danado, mas achei necessário.

Utilizei um seringa de 20 ml para colocar o máximo de resina no furinho... é preciso salientar que a intenção aqui é impregnar o máximo possível o furo, não tapá-lo. 



Depois de impregná-lo farei uma massa com aerosil e/ou talco e taparei os furos... se fizesse isso, antes da resina pura, a massa não atingiria o fundo do furo e não impregnaria corretamente.

Vejam como está...






A seguir colocarei a massa (resina+aerosil), taparei os furos e lixarei.

BB...


E BE...





Agora é só lixar...


Operação "tapa-buraco" concluída e o resultado final ficou bom. Nesse último painel foram 48 furos...


Vamos pra frente por que atrás vem gente...











quarta-feira, 15 de abril de 2015

Concluindo a popa e os mancais dos eixos dos lemes.

Enquanto o fuzil do estai de proa não fica pronto vou cuidando da popa.

Fixei o primeiro painel no espelho da plataforma de popa...



Também estou fechando os mancais dos eixos dos lemes e aqui quero fazer uma observação: Estou preenchendo o conteúdo interno - o espaço entre o tubo de pvc e a caixa de madeira - com resina de laminação. O projeto não faz qualquer menção a isso mas como esta área ficará sempre molhada, resolvi preencher com resina, acabando assim com qualquer possibilidade da água infiltrar na madeira.

Coloquei fitas adesivas na parte inferior do mancal pra evitar que a resina saísse...



E derramei a resina pela parte superior...


Fui fazendo isso em pequenas quantidades, por dois motivos:

a) Pra que a resina - que seca muito rápido - tivesse tempo de preencher todos os espaços vazios dentro da caixa de madeira;
b) Aqui ou ali ela super-aquece (fora do normal) e derrete o recipiente plástico, não sei explicar o motivo... o medo não que esta temperatura possa incendiar a madeira, mas derreter e/ou empenar o tubo de PVC, o que tornaria inútil toda peça.

Completo (BB)...


A primeira dosagem deve ser bem pequena pra que as brechas sejam preenchidas com a mínima perda possível de resina, as próximas dosagens devem ser maiores (utilizei dosagens de 300 ml).