Acho que durante essa construção ainda terei que falar bastante sobre colagens, afinal é difícil acreditar que um barquinho de madeira, com quase oito metros de comprimento, por quase três metros de largura, que não tenha que levar um prego sequer, consiga ficar inteiro com o passar dos tempos. Detalhe importante: Dentro d´água.
Teste de resistência...
Assim sendo, tenho feito, constantemente, testes de resistências das colagens e, a seguir, apresentarei o resultado de um desses testes. Antes porém quero registrar duas coisas:
a) A madeira parece que se transforma em outra, após a colagem. Antes parece frágil, depois sente-se a rigidez e a dificuldade em contá-la;
b) Tudo que tenho registrado é fruto das experiências que tenho vivido... nunca havia trabalhado com esses materiais, não preparei pose para fotos, não preparei nada de anormal para registrar tudo que estou registrando. O teste a seguir foi realizado com as mesmas madeiras que estou construindo e a cola utilizada nesta prova é o que restou de uma laminação - fiz além da conta para registrar a prova.
Vamos lá...
Cortei dois pedaços de cedro: um com 40 cm e o outro com aproximadamente 50 cm. A intenção era realmente tamanhos diferentes para forçar a quebra. Preciso saber se após o rompimento, por esforço mecânico, a cola se romperá ou a madeira... se for a madeira, estará tudo dentro do previsto.
Lixei as partes, soprei e passei a cola em ambas as partes e aguardei alguns instantes para que a cola impregnasse na madeira...
Feito isso, juntei as duas e fixei com grampos... tal e qual faço com as peças que estou construindo...
Aguardarei 24 horas para fazer os testes de esforços e vamos ver o que acontece...
Enquanto isso, na bat caverna...
Consumo (da cola)...
Nesta fase da construção, a perda tem sido alta - por volta de 30% - nem tanto pela cola, mas pelo ambiente e o tamanho das peças que estou colando.
Como são peças pequenas, que precisam ser fixadas e aguardar a secagem para colar outra peça - como já frisei, só tenho uma bancada de produção - isso faz com que as quantidades de cola que estão sendo preparadas sejam acima do necessário. Quase nunca a quantidade preparada foi exatamente a utilizada e quando isso ocorreu ficou a sensação de foi poca cola, por isso sempre faço um pouco mais, o que gera a perda.
Enfim, são feitas muitas pequenas partes, o que gera muitas perdas.
Limpeza...
Todo ferramental e/ou acessórios que são utilizados durante a colagem são lavados com água e ficam muito limpos - não tem havido necessidade de utilização de solventes a base de petróleo - só uso água pra lavar.
Para isso, assim que os utilizo, ainda com a cola mole, coloco-os dentro de um balde de água e deixo lá por uma hora. Depois é só passar uma bucha com detergente líquido e pronto! Tá limpo.
A única exceção são os grampos, que tem que ficar junto com as peças até a secagem final... Nestes casos utilizei um pouco de solvente e ficou uma merda. A tinta dos grampos saiu, foi uma lambança. No próximo sábado pedirei ao Mi (meu jardineiro, fiel escudeiro) pra lavar com água... pra ver como vai ficar. Postarei o resultado a seguir.
Horários...
Tenho feito colagens durante a manhã, logo cedo, muito raramente faço algum tipo de colagem a partir das 18:00 hs - ainda assim quando é algo pequeno que precise ser feito pra liberar serviços na manhã seguinte. Tenho agido desta forma para evitar a umidade noturna... nossa região produz muito orvalho durante a madrugada.
Voltando ao teste de resistência...
Esqueci de remover o excesso de cola, quando fui tirar os grampos pra levar pra uma prensa hidráulica, mesmo antes das 24 horas, vejam o que aconteceu...
Só soltou da chapa quando lascou a madeira, a cola ficou intacta.
Dá pra notar que foram uns poucos pingos do excesso de cola.
Não serviu pra fazer o teste, mas já deu pra ver que a coisa tá funfando legal. Vou ser mais cuidadoso no próximo teste.